Um pastor aqui de Taubaté,
escritor e homem culto,
votou no Lula.
Antes da eleição,
em nenhum culto que fez
mencionou o nome do vencedor,
mas teve que fazer um esforço danado para
não radicalizar o clima vivido pela igreja neopentecostal.
Outros pastores da casa, bem diferente do que fez esse pastor,
sem nenhum pudor, pregaram o voto no Bozo.
Mas o Bozo, felizmente, perdeu.
E o pastor que esperava que o final da eleição
pudesse recolocar a igreja na sua normalidade,
se enganou.
A partir da derrota do inominável,
o tumulto visto nos bloqueios rodoviários
veio para dentro da igreja.
Um figurão da comunidade religiosa,
que não é pastor nem nada,
prega abertamente o não reconhecimento
da vitória de Lula e incita irmãos
a aceitarem como normal a ideia
de um golpe militar.
e a tensão cresce no ambiente
contaminando a pregação da palavra.
O caso dessa neopentecostal de Taubaté
não deve ser único,
o que leva qualquer pessoa de bom senso
a cair na tristeza vendo o espaço do sagrado
ser tomado por enlouquecidos de perfil nazista.
O pastor está pensando seriamente em se afastar da igreja,
o que também não é um caso único, pois milhares de evangélicos vivem a mesma crise e pensam buscar igual solução.
Outros evangélicos,
milhares certamente, já superaram
a crise pois, antes mesmo do final do processo eleitoral,
já estavam fora da igreja.
Silvio Prado
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